domingo, 17 de janeiro de 2010

Próximos passos...

Agora que a laminação do liner está praticamente concluída (falta apenas o Liner do Bruno), precisamos organizar as atividades para concluirmos logo a construção dos nossos barcos. Agora a preocupação com os detalhes será muito maior até o fechamento de casco e convés. Erros podem custar caro. E tempo e dinheiro são coisas que não temos mais...
Sugiro as seguintes atividades, de acordo com a ordem. Por favor, me ajudem!
1) laminar apoio da caixa da quilha (Anarquia e Enigma II);
2) laminar reforço no fundo da proa (cfe. plano do Cabinho);
3) colocar armario do camarote de popa;
4) laminar prateleiras p/armario do salão da cabine;
5) laminar reforço de Reinicell p/corrimão na divisoria banheiro;
6) corrigir defeitos/arestas da laminação da mobilia (no Anarquia);
7) passar camada de estireno no interior casco p/fechar furos do molde (no Anarquia);
8) fechar mobília no casco;
9) corrigir laminação ponto apoio escada convés (no Anarquia);
10) laminar abertura do paiol convés sob cockpit;
11) passar camada de estireno no convés p/fechar furos do molde (no Anarquia);
12) colocar reforço de Reinicell no convés nos seguintes pontos:
# corrimão;
# gurupés (no Anarquia e o do Bruno);
# escada popa (no Anarquia);
# guarda-mancebo;
# pulpito de popa / targa (a confirmar);
# cunhos;
# suporte p/ancora;
# traveler (no Anarquia)

13) fechar liner no convés;
14) laminar e colocar vigia no camarote de popa;
15) laminar e colocar vigias no salão
16) laminar e colocar vigias fixas no salão (no Anarquia);

Onde comprar??

Segue uma lista com recomendação de lojas onde se pode comprar todo o material necessário para a construção do Pantanal 25. Aqui no Blog não fica muito bom a publicação de tabelas, então segue a imagem da lista. Para ampliar, basta clicar na imagem!

Lista de materiais

Esta é a lista de materiais do Anarquia. Os primeiros 26 itens são os produtos necessários para o processo de laminação do barco. É bom prestar atenção nas quantidades, para o Jorge não te dizer que é menos.... hehehe!

Clique na imagem para ampliar!

Fotos da laminação de pequenas peças

As fotos a seguir correspondem a peças laminadas, construídas ou mesmo adquiridas (ferragens, eletronicos) em períodos distintos das etapas das fotos anteriores. Por serem peças menores, puderam ser encaixadas principalmente no intervalo da laminação de casco e convés.
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Veleiro Anarquia - Demais Peças

Fotos da laminação do lainer

aApós a mobília interna, foi a vez do lainer. Assim como na etapa anterior, não dispunhamos de molde. Então, foi necessário criá-lo a partir de contramolde construído no convés do Anarquia. Nosso princípio básico de um veleiro elegante e de fácil manutenção foi mantido com um liner todo de fibra. Nada de madeira no nosso veleiro!! As fotos a seguir mostram a evolução do liner: construção do contramolde, laminação do molde e a laminação do lainer.
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Veleiro Anarquia - Laminação Lainer

Fotos da laminação da mobília interna

Pela ordem cronológica da laminação, o próximo passo foi a laminação da mobília interna.
Ao contrário de casco e convés, quando utilizamos os moldes do Jorge Intashi, para laminar a mobília interna foi necessário, antes, criar seu molde a partir de contramolde construído no casco do Anarquia. Isto consumiu um longo tempo até definirmos a distribuição dos espaços internos, com cozinha/mesa de navegação e mais armários. A idéia foi aproveitar ao máximo o espaço disponível sem dispensar itens de conforto compatíveis para um barco de cruzeiro de 25 pés, tudo em fibra para melhor conservação e durabilidade. As fotos a seguir mostram esta evolução: construção do contra-molde, laminação do molde e a laminação da mobília interna.

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Veleiro Anarquia - Laminação Mobilia Interna

Fotos da laminação do convés

Após laminar o casco e as anteparas, o próximo passo foi a laminação do convés.
Repare nas fotos que as aberturas para as vigias serão feitas em outra fase.
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Veleiro Anarquia - Laminação Convés

Etapas da construção - Fotos da laminação do casco

Se uma foto vale mais que mil palavras, as fotos a seguir valem milhões.
Foram tiradas pelo nosso "paparazzi" Ronaldo, presidente da Coopermarine e coordenador do projeto na cooperativa. Como todos que encomendaram o veleiro, Ademir Nicaretta, Bruno Ferreira e eu não moramos no Guarujá, acompanhar a evolução da construção pelas fotos é genial. Todos os méritos são do Ronaldo!

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Veleiro Anarquia - Laminação Casco e Anteparas

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Mecanismo para acionamento da quilha retrátil

Agora estou preocupado com o mecanismo de acionamento da quilha retrátil do Pantanal. Alteramos o projeto original para colocar um bulbo com o dobro do peso (400Kg). No total, a quilha deverá pesar cerca de 500kg. O projeto original sugeria um mecanismo com moitões e cabos levantando a quilha pelo convés. Agora, além do incoveniente de atravessar o cabo pelo teto do convés e colocar um pino atravessando a caixa da quilha para travá-la, há o problema do peso bem maior a ser sustentado pelo teto do convés.
Temos a tendencia a tentar resolver todos os problemas relacionados a força em um veleiro com moitões e cabos. Mas como o mercado resolve isto? Quando é necessário a aplicação de grandes forças, em geral se utiliza cilindros hidráulicos.
Tenho pesquisado intensivamente algum dispositivo hidráulico que sirva para levantar a quilha, mas não encontro no mercado. Encontrei dispositivos hidráulicos para levantar e embutir TV em armários de barcos, a preços bem razoáveis, mas nada para levantar uma quilha. Se eu quiser, terei que mandar fazer, a um custo bem maior.
Todo veleiro tem quilha, muitas delas retráteis. Pouquíssimos barcos têm TV embutida. Então porque tem dispositivo pronto no mercado para TV, mas não tem para quilha???
A resposta parece bem evidente para mim: como o mercado é regido pela demanda, a conclusão é que a demanda para TV embutida em lanchas é bem maior que para quilhas de veleiros, que em geral são acionados por soluções amadoras...
Moral da estória: como os velejadores preferem resolver por conta própria seus problemas, normalmente para economizar, acabamos pagando bem mais quando precisamos de soluções eficazes.

Construindo o meu Pantanal 25


Criei este blog para compartilhar com todos que gostam da vela e, por um motivo ou outro, precisam encontrar soluções para problemas comuns enfrentados em veleiros, seja na manutenção ou construção - que é o meu caso!...

Em março de 2009 iniciei o projeto da construção do meu primeiro veleiro cabinado para navegar no oceano. A idéia era - e continua sendo - ter nele nossa casa de praia e ao mesmo tempo nosso barco para velejar até onde os ventos nos levarem... Seria necessário um veleiro para quatro pessoas: eu, minha mulher e nossos dois filhos.

O primeiro passo foi a escolha do veleiro que melhor se encaixasse em nossas necessidades. A escolha recaiu no Pantanal 25, um projeto novo do Cabinho que combina um casco ágil e linhas modernas com a versatilidade conferida pela quilha retrátil e mastro pivotante, ou seja: dá para navegar em águas rasas e transportar o barco de carro a praticamente qualquer lugar. Além disso ele tem um amplo interior, com banheiro fechado e dois camarotes, com capacidade para 4 pessoas passarem o dia e dormir confortavelmente.

O segundo passo foi como adquiri-lo: comprar um usado, encomendar a um estaleiro, encomendar apenas casco e convés (kit) e montá-lo sozinho, ou construir todo ele eu mesmo, de forma amadora! Essa ultima opção sempre me foi assustadora. Não sou um velejador experiente e acredito que mesmo velejadores experientes não têm como construir bons veleiros dentro de prazos e custos aceitáveis. Acho que vale a pena explicar um pouco mais este meu ponto de vista porque isto pode parecer óbvio para a maioria, mas para a comunidade envolvida na construção amadora (que hoje faço parte) isto pode parecer uma afronta!... Mas se encararmos que o prazo médio de construção varia de 4 a 10 anos e os custos e recursos do projeto são muito difíceis de controlar, aí acho que dá para entender que isto não é aceitável para a maioria. Por outro lado, acho importante discutir isto porque estimular o mito do "do-it-yourself" ao extremo acaba por vezes prejudicando o próprio mercado da vela.
Minha decisão foi laminar casco e convés do barco a partir dos moldes do Pantanal disponíveis com o Ronaldo, da Coopermarine. Ficou melhor ainda: aluguei o molde e tive o serviço de laminação executado por profissionais a custos acessíveis, já que a Coopermarine é uma conceituada cooperativa de profissionais da área náutica, especializados em manutenção e reparos de barcos no Guarujá/SP. Além da laminação, o Ronaldo poderia encaminhar profissionais para os serviços de hidráulica, elétrica e outros, de acordo com a fase de construção.

O terceiro e longo passo é o que estamos até hoje. Escolhido o veleiro e a forma de aquisição ou, no caso, o modelo de construção, passei a suprir a Coopermarine com os recursos necessários para cumprir cada etapa da construção do Pantanal. Até o momento, isto tem se traduzido em fornecer os insumos necessários para a laminação de casco, convés, anteparas, mobilia interna e liner.
Em computação tem um ditado que diz que a implementação de um projeto de software é 10% inspiração e 90% transpiração. Pois é... não é só na computação, não... rsss.
Inicialmente a previsão era construir o veleiro em, no máximo, 3 meses, a um custo total de cerca de R$ 65mil, completo, com velas, carreta e motor. Mas logo no início deu pra ver que os custos seriam o dobro do estimado...