Criei este blog para compartilhar com todos que gostam da vela e, por um motivo ou outro, precisam encontrar soluções para problemas comuns enfrentados em veleiros, seja na manutenção ou construção - que é o meu caso!...
Em março de 2009 iniciei o projeto da construção do meu primeiro veleiro cabinado para navegar no oceano. A idéia era - e continua sendo - ter nele nossa casa de praia e ao mesmo tempo nosso barco para velejar até onde os ventos nos levarem... Seria necessário um veleiro para quatro pessoas: eu, minha mulher e nossos dois filhos.
O
primeiro passo foi a escolha do veleiro que melhor se encaixasse em nossas necessidades. A escolha recaiu no
Pantanal 25, um projeto novo do
Cabinho que combina um casco ágil e linhas modernas com a versatilidade conferida pela quilha retrátil e mastro pivotante, ou seja: dá para navegar em águas rasas e transportar o barco de carro a praticamente qualquer lugar. Além disso ele tem um amplo interior, com banheiro fechado e dois camarotes, com capacidade para 4 pessoas passarem o dia e dormir confortavelmente.
O
segundo passo foi como adquiri-lo: comprar um usado, encomendar a um estaleiro, encomendar apenas casco e convés (kit) e montá-lo sozinho, ou construir todo ele eu mesmo, de forma amadora! Essa ultima opção sempre me foi assustadora. Não sou um velejador experiente e acredito que mesmo velejadores experientes não têm como construir bons veleiros dentro de prazos e custos aceitáveis. Acho que vale a pena explicar um pouco mais este meu ponto de vista porque isto pode parecer óbvio para a maioria, mas para a comunidade envolvida na construção amadora (que hoje faço parte) isto pode parecer uma afronta!... Mas se encararmos que o prazo médio de construção varia de 4 a 10 anos e os custos e recursos do projeto são muito difíceis de controlar, aí acho que dá para entender que isto não é aceitável para a maioria. Por outro lado, acho importante discutir isto porque estimular o mito do "do-it-yourself" ao extremo acaba por vezes prejudicando o próprio mercado da vela.
Minha decisão foi laminar casco e convés do barco a partir dos moldes do Pantanal disponíveis com o Ronaldo, da
Coopermarine. Ficou melhor ainda: aluguei o molde e tive o serviço de laminação executado por profissionais a custos acessíveis, já que a Coopermarine é uma conceituada cooperativa de profissionais da área náutica, especializados em manutenção e reparos de barcos no Guarujá/SP. Além da laminação, o Ronaldo poderia encaminhar profissionais para os serviços de hidráulica, elétrica e outros, de acordo com a fase de construção.
O
terceiro e longo passo é o que estamos até hoje. Escolhido o veleiro e a forma de aquisição ou, no caso, o modelo de construção, passei a suprir a Coopermarine com os recursos necessários para cumprir cada etapa da construção do Pantanal. Até o momento, isto tem se traduzido em fornecer os insumos necessários para a laminação de casco, convés, anteparas, mobilia interna e liner.
Em computação tem um ditado que diz que a implementação de um projeto de software é 10% inspiração e 90% transpiração. Pois é... não é só na computação, não... rsss.
Inicialmente a previsão era construir o veleiro em, no máximo, 3 meses, a um custo total de cerca de R$ 65mil, completo, com velas, carreta e motor. Mas logo no início deu pra ver que os custos seriam o dobro do estimado...